A Literatura de Cordel é poesia popular, história contada e cantadas em versos, em estrofes rimadas. No Brasil, o cordel surgiu na segunda metade do século
XIX e expandiu-se da Bahia ao Pará, antes de alcançar outros Estados.
Os folhetos, vendidos nas feiras, tornaram-se a principal fonte de
divertimento e informação para a população, que via neles o jornal e a
enciclopédia, de maneira quase simultânea.
Os temas eram os mais variados: as aventuras de
cavalaria, as narrativas de amor e sofrimento, as histórias de animais,
as peripécias e diabruras de heróis, os contos maravilhosos e uma
infinidade de outros, que nos chegaram pela Literatura oral da
Península Ibérica e que a memória popular encarregou-se de preservar e
transmitir. Além disso, o poeta nordestino foi incorporando a esse
romanceiro, fatos mais próximos do público, ocorridos em seu ambiente
social: façanhas de cangaceiros, acontecimentos políticos, catástrofes,
milagres e até mesmo a propaganda, com fins religiosos e comerciais.
As xilogravuras e desenhos que ilustram as capas dos
folhetos são uma manifestação da criatividade do artista popular, com
suas soluções plásticas sintéticas, em que se destaca o traço forte, de
rude e bela expressividade.
O cordel é valorizado como expressão poética de alta
significação por escritores do porte de Ariano Suassuna, Carlos
Drummond de Andrade, Jorge Amado, Guimarães Rosa, Mario de Andrade,
João Cabral de Melo Neto, motivando (e continua a motivar) estudos e
pesquisas nas áreas de Antropologia, Folclore, Lingüística, Literatura,
História, entre outras.
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